4.4.1. Do plano ao cotidiano: como medir o que acontece em Charqueada?

Os indicadores previstos no PMEA de Charqueada precisam estar ancorados na realidade local, sendo simples, viáveis e representativos dos processos formativos e transformadores que a Educação Ambiental busca promover. A seguir, apresentamos sugestões de indicadores organizados conforme os cinco eixos estruturantes do plano, com exemplos quantitativos e qualitativos, descritos de maneira contínua em forma de texto.

1. Eixo: Gestão Pública e Governança

Para as ações voltadas à articulação entre os poderes públicos e a institucionalização da Educação Ambiental, podem ser utilizados:

• Indicadores quantitativos como: número de reuniões realizadas por uma comissão intersetorial de EA; número de servidores públicos capacitados em temas ambientais; e número de políticas municipais que passaram a integrar a EA em sua formulação.
• Indicadores qualitativos como: grau de articulação entre secretarias nas ações planejadas; percepção dos gestores sobre a aplicabilidade da formação recebida; e análise da coerência da integração da EA nos documentos institucionais.

2. Eixo: Educação e Participação Social

No que diz respeito à atuação em escolas e na formação cidadã, os indicadores podem incluir:

• Quantitativamente: número de professores da rede municipal formados em EA; número de escolas com projetos ambientais ativos; número de oficinas e eventos realizados com a comunidade.
• Qualitativamente: mudanças percebidas nas práticas pedagógicas após a formação; grau de envolvimento dos estudantes, das famílias e da comunidade nos projetos; avaliação dos participantes quanto à relevância e aplicabilidade das oficinas e campanhas realizadas.

3. Eixo: Sustentabilidade e Desenvolvimento Local

Para as ações integradas com a economia local e a valorização dos recursos naturais, podem ser utilizados:

• Indicadores quantitativos como: número de hortas comunitárias implantadas; quantidade de campanhas realizadas sobre consumo responsável e resíduos sólidos; e número de roteiros de ecoturismo criados ou adaptados com foco sustentável.
• Indicadores qualitativos como: nível de participação da comunidade na implantação e manutenção das hortas; mudanças percebidas nos hábitos de consumo e descarte pelos moradores; e impacto percebido pelos moradores e visitantes em relação à valorização da biodiversidade e da cultura local.

4. Eixo: Bem-estar e Relação com a Natureza

Neste eixo, que articula saúde, ética ambiental e vínculos afetivos com o território, os indicadores podem ser:

• Quantitativos: número de campanhas realizadas sobre guarda responsável de animais e biodiversidade; quantidade de áreas verdes monitoradas; e número de ações realizadas com públicos atendidos por políticas sociais (como CRAS e juventudes).
• Qualitativos: compreensão dos estudantes e da comunidade sobre a importância da fauna e flora locais; grau de envolvimento da população nas ações de proteção ambiental; impacto percebido pelos participantes das oficinas em relação à autoestima e à conexão com o meio ambiente.

5. Eixo: Transparência e Monitoramento

Para acompanhar a execução do plano e garantir a comunicação pública, os indicadores recomendados incluem:

• Quantitativos: número de acessos à plataforma digital do PMEA; número de relatórios públicos divulgados sobre as ações implementadas; e número de audiências públicas, fóruns ou consultas populares realizadas.
• Qualitativos: grau de clareza e acessibilidade das informações divulgadas, segundo os usuários; engajamento da comunidade nas propostas de aprimoramento; e avaliação da utilidade das informações na tomada de decisão popular e institucional.

Esses indicadores devem ser escolhidos, ajustados e validados com a participação dos sujeitos envolvidos, garantindo que reflitam o que realmente importa para a transformação socioambiental do território. Mais do que medir resultados, eles devem servir como ferramentas de escuta, reflexão coletiva e aprimoramento contínuo.