4.3.1. Escolher com propósito: como garantir que os indicadores realmente revelem o que importa

A seleção de indicadores é uma etapa decisiva no processo de avaliação de políticas públicas. No caso da Educação Ambiental, escolher bons indicadores significa ir além da facilidade de mensuração e buscar elementos que realmente representem a complexidade e a intencionalidade das ações educativas.

Um bom indicador não é necessariamente aquele que pode ser contado, mas aquele que traduz com fidelidade o que se deseja transformar ou compreender. Para isso, diversos autores — como Tadeu Malheiros (2001, 2009), Guimarães (2004) e Cymrot et al. (2014) — sugerem critérios fundamentais que podem orientar essa escolha:

4.3.1.1. Relevância

O indicador deve estar diretamente relacionado ao objetivo que se quer alcançar. Pergunta-chave: “Este indicador ajuda a entender se estamos caminhando na direção certa?”

4.3.1.2. Clareza e compreensibilidade

O indicador precisa ser de fácil entendimento para todos os envolvidos, evitando jargões técnicos que dificultem a participação da comunidade na avaliação.

4.3.1.3. Exequibilidade e viabilidade

Deve ser possível obter os dados necessários com os recursos disponíveis. Bons indicadores são aqueles que podem ser aplicados com os meios técnicos e humanos existentes no território.

4.3.1.4. Sensibilidade às mudanças

Indicadores eficazes são capazes de refletir transformações — mesmo que sutis — ao longo do tempo, captando tendências, avanços ou retrocessos.

4.3.1.5. Possibilidade de combinação entre dimensões

Sempre que possível, o ideal é combinar dimensões quantitativas e qualitativas, como: número de ações realizadas + percepção de impacto dos participantes.

4.3.1.6. Validação participativa

Indicadores devem ser discutidos com os sujeitos das ações. Isso garante sua legitimidade social e aumenta o compromisso coletivo com a avaliação.

Ao adotar esses critérios, a equipe responsável pela implementação e monitoramento do PMEA poderá construir sistemas de avaliação coerentes, sensíveis ao território e capazes de orientar melhorias contínuas no processo educativo.