loader image

6.4. Papel dos conselhos, secretarias e comunidade

6.4.1. Cuidar coletivamente do plano: corresponsabilidade na gestão da Educação Ambiental

 

O sucesso de uma política pública não depende apenas da qualidade técnica do plano, mas da capacidade de envolver diferentes sujeitos em sua implementação, acompanhamento e revisão. No caso do PMEA de Charqueada, a efetividade das ações previstas só será alcançada com a atuação conjunta e articulada de órgãos públicos, conselhos municipais, instituições de ensino, coletivos, movimentos sociais e comunidades locais.

Este tópico discute o papel específico desses atores na consolidação de uma política pública participativa de Educação Ambiental, reconhecendo que a governança socioambiental só se fortalece quando se transforma em prática partilhada, cotidiana e comprometida com o território.

 

6.4.2. Conselhos municipais: espaços de controle e escuta

 

Os conselhos municipais são instâncias fundamentais de democracia participativa, com funções consultivas, deliberativas e fiscalizadoras. No contexto do PMEA, destacam-se especialmente:

  • o COMDEMA (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), responsável por acompanhar a política ambiental do município, propor ações e deliberar sobre a implementação e revisão do plano;
  • o Conselho Municipal de Educação, que pode integrar a EA aos debates sobre currículo, formação docente e gestão escolar;
  • o Conselho Municipal de Saúde, especialmente nas ações relacionadas à saúde ambiental e qualidade de vida;
  • os conselhos de assistência social, cultura e juventude, com potencial de diálogo intersetorial e inserção da EA em políticas públicas complementares.

Esses conselhos devem ser envolvidos ativamente nos ciclos de monitoramento e revisão do PMEA, participando de reuniões, análises de relatórios, escutas públicas e articulações com os demais setores.

Além disso, é papel dos conselhos mobilizar a população, ampliar a visibilidade do plano e fiscalizar o cumprimento das metas, atuando como pontes entre sociedade civil e poder público.

 

6.4.3. Secretarias municipais: articulação e execução

 

As secretarias municipais são os principais órgãos executores das políticas públicas e, portanto, têm papel central na implementação do PMEA. Destacam-se:

  • a Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Recursos Hídricos, que lidera a coordenação do plano, coleta os indicadores, organiza relatórios anuais e articula ações intersetoriais;
  • a Secretaria de Educação, responsável por inserir a Educação Ambiental no currículo, apoiar projetos escolares e promover formações docentes;
  • a Secretaria de Saúde, atuando em temas como saneamento, controle de vetores, acesso à água potável e educação para o bem-estar ambiental;
  • a Secretaria de Assistência Social, com potencial para articular a EA às políticas de inclusão e equidade, como hortas comunitárias e ações com populações vulnerabilizadas;
  • a Secretaria de Esportes, Turismo e Cultura, que pode contribuir com campanhas educativas, eventos, práticas interativas e visibilidade para as ações do plano.

Para que a execução seja efetiva, é essencial que essas secretarias:

  • planejem ações conjuntas e não isoladas;
  • compartilhem recursos, espaços e equipes;
  • participem das comissões e fóruns de acompanhamento do PMEA;
  • integrem as metas do plano às suas agendas e planos de ação institucionais.

 

6.4.4. A comunidade: protagonismo e pertencimento

 

A comunidade local — composta por moradores, estudantes, professores, agricultores, lideranças religiosas, jovens, coletivos culturais e tantos outros sujeitos — tem papel essencial para que o PMEA se torne uma política pública viva, legítima e transformadora.

O envolvimento comunitário deve acontecer em diferentes momentos e formatos:

  • na construção e revisão do plano, por meio de escutas, oficinas, assembleias e fóruns populares;
  • na execução das ações, participando de campanhas, projetos escolares, mutirões e conselhos;
  • no monitoramento participativo, avaliando os impactos, propondo melhorias e exigindo cumprimento das metas.

Quando a comunidade se reconhece como protagonista das políticas públicas, os resultados são mais consistentes e duradouros. A Educação Ambiental passa a ser vista não apenas como um conteúdo escolar, mas como um projeto coletivo de vida, de território e de futuro.

 

6.4.5. Corresponsabilidade e pactos institucionais

 

A consolidação do PMEA como política pública exige o fortalecimento de pactos institucionais claros, que definam responsabilidades, cronogramas e espaços de decisão conjunta. Para isso, é recomendável:

  • criar uma Comissão Municipal de Acompanhamento do PMEA, com representantes de secretarias, conselhos e sociedade civil;
  • institucionalizar um calendário de reuniões e apresentações públicas de resultados;
  • garantir que o plano seja incorporado aos instrumentos oficiais de planejamento (PPA, LDO, LOA);
  • promover formações conjuntas entre conselheiros, gestores e educadores para fortalecer uma visão integrada e cooperativa da gestão ambiental.

 

Esses pactos ajudam a consolidar uma cultura institucional baseada no diálogo, na ética pública e na responsabilidade compartilhada, condição indispensável para o sucesso da Educação Ambiental no município.

Educação nas Nuvens
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.