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6.1. Estratégias de acompanhamento das ações do plano

6.1.1. Acompanhamento como prática pedagógica, política e comunitária

 

A efetividade de um plano de Educação Ambiental não depende apenas de sua elaboração cuidadosa, mas, sobretudo, de sua capacidade de ser acompanhado, avaliado e reformulado com regularidade, em diálogo com as transformações do território. Nesse sentido, o PMEA de Charqueada propõe um conjunto de estratégias para garantir o monitoramento contínuo, a revisão periódica e a adaptação permanente das ações, fortalecendo sua sustentabilidade institucional e seu vínculo com a realidade local.

Mais do que um processo técnico, o acompanhamento do PMEA deve ser compreendido como uma prática educativa e participativa, que envolve diferentes sujeitos — gestores, educadores, estudantes, conselheiros, comunidades — e promove uma cultura democrática de escuta, transparência e corresponsabilidade.

 

6.1.2 Ciclo de avaliação e atualização do plano

 

Uma das principais estratégias previstas no PMEA é a revisão trienal do plano, organizada em ciclos de três anos, estruturados da seguinte forma:

  • Ano 1 – Coleta de dados e monitoramento: Durante o primeiro ano de cada ciclo, será realizada a coleta sistemática de dados sobre a implementação das ações. Indicadores como número de atividades realizadas, alcance das ações, participação comunitária e parcerias estabelecidas serão reunidos pelas Secretarias de Meio Ambiente e de Educação, com apoio das escolas, conselhos e organizações parceiras.
  • Ano 2 – Análise e consulta pública: No segundo ano, os dados coletados serão analisados de forma comparativa, à luz das metas estabelecidas. Nessa fase, serão organizadas audiências públicas, fóruns e consultas com a comunidade escolar, conselhos municipais e lideranças locais, garantindo que a avaliação não seja apenas técnica, mas também socialmente legitimada.
  • Ano 3 – Revisão final e aprovação: Com base nos dados e contribuições recebidas, será elaborada a nova versão do PMEA, com as devidas atualizações e ajustes. Essa versão será então submetida à Câmara Municipal para aprovação e, em seguida, amplamente divulgada junto à população.

Essa estratégia garante que o plano não fique defasado frente às mudanças sociais, econômicas e ambientais, e que mantenha coerência com os princípios da gestão democrática e da Educação Ambiental crítica.

 

6.1.3.  Monitoramento anual: uma gestão viva e adaptativa

 

Além da revisão trienal, o PMEA prevê a produção de relatórios anuais de monitoramento, elaborados pela Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Recursos Hídricos, com os seguintes focos:

  • Progresso das ações: síntese das atividades realizadas, como campanhas educativas, mutirões ambientais, formações, eventos, projetos escolares e intersetoriais;
  • Indicadores de impacto: verificação de efeitos diretos e indiretos das ações, como redução de resíduos, ampliação do número de escolas com projetos ambientais, envolvimento das comunidades e melhoria na qualidade ambiental do território;
  • Identificação de desafios: mapeamento dos principais obstáculos enfrentados — como limitações orçamentárias, baixa adesão de determinados públicos ou falta de articulação entre setores — e proposição de medidas corretivas.

Esses relatórios devem ser apresentados publicamente, discutidos com os conselhos e amplamente divulgados, fortalecendo o controle social e permitindo ajustes constantes ao longo do processo.

 

6.1.4. Monitorar com o território: participação e escuta ativa

 

O acompanhamento do plano não pode se limitar à produção de relatórios técnicos. Ele precisa ser compartilhado com a população, incorporando metodologias participativas de monitoramento e avaliação, tais como:

  • rodas de conversa com educadores e estudantes;
  • enquetes comunitárias;
  • visitas de campo com observação participativa;
  • mapeamentos colaborativos e cartografias sociais;
  • avaliação de oficinas e projetos por meio de relatos e produções dos participantes.

Essa abordagem amplia a percepção sobre os impactos reais do plano e transforma o monitoramento em processo formativo, coerente com os princípios da Educação Ambiental emancipatória.

 

6.1.5. O acompanhamento como compromisso de Estado

 

Por fim, acompanhar o PMEA de forma contínua é também uma forma de garantir sua permanência ao longo do tempo, mesmo diante de mudanças políticas e administrativas. A institucionalização dos ciclos de revisão e dos relatórios anuais contribui para consolidar a Educação Ambiental como política de Estado — e não de governo —, vinculada à legislação, aos conselhos e ao orçamento público.

Ao adotar essas estratégias, Charqueada fortalece sua capacidade de responder às demandas locais de forma articulada, transparente e democrática, assegurando que a Educação Ambiental seja, de fato, uma prática permanente, transformadora e orientada para a construção de futuros sustentáveis.

Educação nas Nuvens
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